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A mostrar mensagens de junho, 2019

Tignous: a liberdade (e a coragem) de ilustrar o mundo

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É a primeira vez que os desenhos do cartoonista Tignous, assassinado em 2015 na redacção do Charlie Hebdo, são expostos fora de França. Podem ser vistos em Setúbal, na Festa da Ilustração, até 30 de Junho, no Museu do Trabalho Michel Giacometti e na Escola Superior de Educação RITA PIMENTA / PÙBLICO O atentado terrorista ao jornal francês Charlie Hebdo foi uma das causas da realização da primeira Festa da Ilustração de Setúbal , logo em 2015, como necessidade de valorizar a importância e coragem de quem desenha o mundo. Por isso, o designer José Teófilo Duarte, um dos directores do projecto, agarrou a oportunidade de trazer a Portugal os trabalhos de um dos cartoonistas mortos a 7 de Janeiro de 2015 e assim homenagear também todos os outros. Ilustrar a Liberdade é o título de um conjunto representativo e expressivo do trabalho de Tignous (Bernard Verlhac), que pode ser visita

Poetas santões e filósofos do Ocidente do Ocidente

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  Poetas santões e filósofos do Ocidente do Ocidente A Reconquista não suprimiu as marcas da civilização islâmica que perduraram na língua e em muitas técnicas agrícolas e artesanais até ao século XX. Os cristãos medievais herdaram a estrutura das cidades islâmicas, usaram os seus alarifes e alvanéis – os “meus mouros” de Afonso Henriques – na contrução de catedrais e fortalezas. Um deles deixou escrito no transepto da sé de Coimbra: “escrevo isto como recordação permanente do meu sofrimento. A minha mão perecerá um dia mas a grandeza ficará”. Silves, Santarém, Beja, Faro, Évora, Lisboa podem orgulhar-se dos seus homens de cultura, das suas escolas e de ousarem brilhar durante algum tempo como estrelas secundárias integradas no todo peninsular. No campo das ciências e da cultura, não faltaram, em território português, gramáticos de língua árabe, jurisconsultos, sufis, escreventes de história, de crítica literária e principalmente poetas. ANTÓNIO BORGES COELHO O

Mais de um milhão de pessoas pedem a libertação de Nasrin Sotoudeh

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  Mais de um milhão de pessoas pedem a libertação de Nasrin Sotoudeh  “A sentença cruel dada a Nasrin Sotoudeh, por defender os direitos das mulheres e ser contra as leis discriminatórias e degradantes do uso forçado do véu no Irão, teve impacto em todo o mundo. A injustiça do seu caso tocou os corações de centenas de milhares de pessoas que, numa demonstração de solidariedade, levantaram as vozes para exigir a sua liberdade”, afirma o diretor de Investigação e Advocacy para a região do Médio Oriente e Norte de África da Amnistia Internacional, Philip Luther. AMNISTIA INTERNACIONAL  PORTUGAL  A petição que exige a libertação de Nasrin Sotoudeh juntou 1.188.381 pessoas de mais de 200 países e territórios, até ao passado dia 10 de junho. As assinaturas vão ser entregues nas embaixadas iranianas espalhadas por todo o mundo. Portugal contribuiu com 11.179. “A sentença cruel dada a Nasrin Sotoudeh, por defender os direitos das mulheres e ser contra as leis

Só a laicidade salvará o Islão

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Só a laicidade salvará o Islão LEVENT GULTEKIN O instituto de sondagens KONDA, em Istambul, acaba de publicar os resultados de um inquérito à opinião pública sobre as mudanças registadas na sociedade turca nos últimos 10 anos. Olhemos para os números relativos à religião: a percentagem de inquiridos que se declaram “religiosos” desceu de 55 % para 51 %. A dos que se consideram ateus subiu de 1% para 3%, e a dos que se definem “sem crenças” cresceu de 1 para 2 por cento. Estando em funções um governo que, desde há uma década, vem elevando a religião e os lugares sagrados ao primeiro plano em todas as esferas da sociedade, seria de esperar que a religiosidade da população aumentasse. No entanto, o que aconteceu foi o contrário. Porquê? A análise que predomina é a de que “os religiosos no poder deram um mau exemplo e, com isso, afastaram as pessoas da religião”. É verdade, mas o problema é muito mais profundo, porque esta crise não é uma crise dos países muçulmanos. É uma crise

Acabar com os cartoons é ter o New York Times "a fazer o jogo" de Trump

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  António e André Carrilho não duvidam de que é uma forma de censura a decisão do diário norte-americano de acabar com os cartoons nas suas edições. É o vírus Trump na democracia, concordam os caricaturistas portugueses Acabar com os cartoons é ter o New York Times "a fazer o jogo" de Trump  DAVID MANDIM / DN O "vírus Trump está a tornar a democracia cada vez mais próxima da ditadura". É a reação de António, o caricaturista português que viu um seu desenho ser retirado das páginas do The New York Times ( NYT ) por, na opinião da direção do jornal americano, ser antissemita e ofensivo, após o diário ter anunciado que iria deixar de publicar cartoons editoriais. André Carrilho, outro dos grandes cartoonistas portugueses, que publica nas páginas do DN, diz que "é um decisão lamentável" e critica o jornal por "capitular perante as redes sociais" e acabar "a fazer o jogo de quem o critica", referindo-se a Donald Trum

Os palácios dos judeus de Damasco

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Até há algumas décadas viviam na Síria muitos judeus sefarditas, descendentes dos judeus expulsos de Portugal e Espanha no séc. XV e que foram acolhidos no Império Otomano. Uma dessas famílias, que vivia em Damasco, tinha o apelido Lisbona, e foi em tempos muito abastada. Era conhecida, também, pelo seu filantropismo. Alguns deles construíram belas residências na Cidade Velha, verdadeiros palácios de mármore. A Maison Lisbona, ou Beit Lisbona, foi erigida por esta família de comerciantes no séc XVIII, nas vizinhanças da Grande Sinagoga. Com as suas portas em madeira entalhada, enfeites em folha de ouro, tectos pintados e incrustações nacaradas nas colunas em pedra esculpida, a Beit Lisbona era, segundo os relatos de quem a visitou durante os séculos seguintes, dos mais belos edifícios em Damasco. “Como as casas dos muçulmanos eram fechadas a estrangeiros, os turistas eram levados para visita em residências de judeus ou de cristãos”, lê-se neste artigo da página judaica brasileira Moras

A estratégia da extrema-direita para os “media”

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Uma investigação da revista austríaca Falter apresenta em detalhe as estratégias que os partidos da extrema-direita utilizam para obter o controlo dos meios de comunicação social e influenciar a opinião pública. Uma das principais constatações é a de que o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) é um modelo a seguir pela extrema-direita do resto da Europa. A avaliar pelos resultados das europeias, esta teia mediática parece estar a resultar. Este trabalho foi finalista do European Press Prize . A estratégia da extrema-direita para os “media” Nina Horaczek/Público Pegando mais uma vez num copo de vodka e Red Bull naquela noite fatídica na ilha de Ibiza , Heinz-Christian Strache, então líder do partido populista de direita austríaco FPÖ, disse: “De qualquer maneira, os jornalistas são as maiores putas do planeta”. No Verão de 2017, o principal rosto do FPÖ dizia a uma suposta sobrinha de um oligarca russo que queria construir uma teia mediática como aque