Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2019

Na Palestina, a 20 km do mar, sem nunca o ter visto

Imagem
Ainda que a menos de 20 quilómetros de distância, só 9% dos palestinianos da Cisjordânia viram alguma vez o Mediterrâneo. Histórias de uma obsessão marítima - e de como ela explica o conflito com Israel Na Palestina, a 20 km do mar, sem nunca o ter visto   Ricardo J. Rodrigues Diário de Notícias Muro atrás de muro atrás de muro atrás de muro. As oficinas da prisão de Jericó são capazes de ser o lugar mais fortificado que existe na Cisjordânia. Quem vem de Israel precisa de atravessar o grande paredão de cimento que separa o país da Palestina, sim, mas mesmo quem mora naqueles territórios tem de passar vários checkpoints militares até conseguir entrar na cidade. A cadeia fica logo à entrada, numa estrada coberta de areia - atrás de um novo muro e de uma nova vedação. Depois há portas com grades, umas atrás das outras, até se desaguar numa sala vigiada por dois guardas e três câmaras, onde meia dúzia de homens trabalham de manhã à noite. Na sala de

Como se crucifica na Arábia Saudita

Imagem
A versão de crucificação na Arábia Saudita não prevê a morte na cruz, mas sim expor o corpo do condenado decapitado, com a cabeça pendurada junto a ele. Este tipo de execução está no código penal saudita, escrito segundo a sharia (lei islâmica). No entanto, o método não é o mais comum no país que, segundo organizações internacionais, está entre os que mais usam a pena capital. O meio de execução mais praticado é a decapitação. Em 2017, Riad ocupou a segunda posição no relatório da Anistia Internacional sobre países cujos números de execuções são conhecidos, com 146 mortes (o Irã, em primeiro, executou 507 pessoas). A escolha pela crucificação, uma mensagem para que outros não cometam o mesmo crime, foi vista como um recado àqueles países que vinham criticando o reino por não respeitar os direitos humanos. Crucificação é recado saudita ao Canadá Renata Tranches / O Estado de São Paulo Em meio a uma disputa diplomática ligada a direitos humanos com um país cristão

O Ceilão Português

Imagem
O Ceilão Português O actual Sri Lanka, ilha no Oceano Índico, foi conhecida também por Taprobana, na tradição greco-latina, Serendib, entre os árabes e Hsi-lan no mundo chinês. Sri Lanka quer dizer “ilha resplandecente” em sânscrito (श्रीलंका), a língua clássica da civilização indiana, que chegou à ilha com com os migrantes cingaleses no séc. VI a.C. Ceilão, antigo nome do país, deriva da palavra em língua páli "sīhala" (सीहल) significando “terra dos leões”, do sânscrito "siṃhala" ( सिंहल). Os primeiros contactos com os portugueses deram-se em Setembro de 1506 com a chegada de Dom Lourenço de Almeida a Columbo, e uma possível arribada a Galle. A hipótese de esta viagem ter ocorrido em 1505 (Castanheda) está hoje posta de lado. Uma viagem de João da Nova em 1501, embora plausível (cf. Bouchon), não se encontra documentada. Ceilão ocupou uma posição semi-periférica no sistema português do Índico. País exportador de canela, elefantes, areca e pedras pr

As influências da arte muçulmana na Notre-Dame

Imagem
Poucos sabem que a arquitectura da catedral gótica de Notre Dame é em grande parte inspirada na arte muçulmana com que os cruzados se depararam no séc. XII. O que hoje chamamos de arco gótico, que pode ser visto na Notre-Dame e em todas as grandes catedrais da Europa, é uma evolução do arco ogival apontado, que encontramos, primeiro, na grande mesquita de Ibn Tulun, no Cairo. Christopher Wren, um dos mais aclamados arquitectos ingleses, dizia que, "em boa verdade, devíamos chamá-lo "arco sarraceno" e não gótico". DIANE DARKE Na passada segunda-feira, quando a Notre-Dame ardia perante os nossos olhos, era também espantoso notar quão poucos sabem que a arquitectura da catedral parisiense - um monumento icónico da história e identidade europeias -, as suas torres gémeas flanqueando uma entrada monumental, os seus vitrais em forma de rosa, a abóbada em cruzaria, a flecha que ruiu, foram grandemente inspiradas na arte muçulmana. “Coração de amêndoa”