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A mostrar mensagens de junho, 2018

Quem é Aga Khan e porque escolheu Portugal?

O Príncipe Aga Khan IV tem agendada uma visita de 6 dias - de 5 a 11 de julho - a Portugal, para marcar as celebrações do Jubileu de Diamante enquanto Imam dos Xiitas Ismailis, e terá encontros com o Governo português. São esperados cerca de 55 mil Ismailis nas celebrações. Faranaz Keshavjee* É um príncipe e convive com a realeza internacional. É recebido como chefe de estado sem Estado. Detém dois títulos seculares - o de Sua Alteza e o de Aga Khan - atribuídos pelas monarquias britânica e dinastia Qajar. É descendente direto do Profeta Muhammad (Maomé) e graceja quando se o compara a um dos homens mais ricos do mundo. Diz que a obra que tem desenvolvido não é nem caridade nem filantropia. Líder religioso de mais de 15 milhões de muçulmanos Ismailis, é também fundador e Presidente da Rede para o Desenvolvimento Aga Khan, da qual faz parte a conhecida Fundação, entre outras agências para o desenvolvimento económico, social, científico e cultural no mundo, in...

Leyla Mammadbeyova (1909-1989), a "Senhora dos Céus"

Nascida no Azerbaijão, onde a chamavam de “Senhora dos Céus”,  Leyla Alasgar qizi Mammadbeyova (1909-1989) foi a primeira mulher piloto do Cáucaso, sul da Europa e Médio Oriente, e a segunda mulher a saltar de pára-quedas na União Soviética. Foi também instrutora de voo e treinou muitos outros pilotos. Nasceu em Nadaran, uma vila costeira na Península Abşeron, que é agora um subúrbio de Baku, capital do Azerbaijão. Era filha única e, após a morte da mãe, em tenra idade, foi criada pelo pai, Ali Asger, um ativista revolucionário e membro do Hummet (Partido Social Democrata Muçulmano), que valorizava as artes e ensinou a filha a tocar piano e outros intrumentos musicais. Em criança, Mammadbeyova também conheceu o trauma da invasão soviética. Casou-se aos 14 anos de idade com Bahram Mammadbeyova, um latifundiário que perdeu as suas propriedades com a colectivização implementada pelo estado. Teve o primeiro filho aos 16 anos. Enquanto frequentava o Clube Abilov, dedicado à educação par...

A “Mão de Fátima”: uma imagem ritual islâmica de protecção

É do conhecimento geral que a civilização islâmica, se caracteriza em grande parte, no aspecto estético e iconográfico pela quase ausência de representações humanas, ausência essa que do ponto de vista legal e religioso deveria ser practicamente total (1). É nosso objectivo procurar analisar aqui uma das excepções àquele princípio, e que talvez também por se tratar de uma excepção, acaba por lhe conferir uma extraordinária popularidade no mundo islâmico, tanto no passado como no presente. Trata-se da chamada “Mão de Fátima” (2). Começaremos por abordar em separado, os dois elementos que compõem a expressão, primeiramente “Mão”, e depois “Fátima”. Tentaremos finalmente sintetizar os vários aspectos identificados, a partir do estudo da imagem ritual em causa.  ANTÓNIO REI IEM / FCSH-UNL Mão Pode-se dizer que tem sido pela mão que o Homem tem sido conduzido e, simultaneamente, continua conduzindo a evolução da espécie humana (3). A mão é o instrumento-base de todo o proce...

Leda Rafanelli (1880-1971)

Escritora, anarquista, editora e convertida ao islã, Leda Rafanelli viveu a ascensão do fascismo na Itália. Foi autora de mais de uma dúzia de romances e fundadora de uma das mais importantes editoras libertárias do século XIX. Nascida em uma família modesta na Toscana, Leda, na adolescência, era uma escritora talentosa. Aos 20 anos, depois de alguns escândalos, mudou-se para Alexandria, Egito, que tinha uma grande comunidade italiana. Entrou em contato com o movimento anarquista da região, incluindo o escritor e poeta Giuseppe Ungaretti. Rapidamente ganhou reputação como "propagandista" por sua habilidade como escritora, além de aprender a compor publicações. Na época, o termo propaganda referia-se à escrita persuasiva de todos os tipos, não textos tendenciosos ou enganadores, desenvolvidos para assumir um ponto de vista político particular. Muitos dos primeiros escritos de Leda foram distribuídos como panfletos e artigos, projetados para alcançar a audiência mais ampla...

Chamava-se Razan al-Najjar. Era palestiniana e tinha 21 anos

Chamava-se Razan al-Najjar. Era palestiniana e tinha 21 anos. Razan era enfermeira. Trabalhava como voluntária há 10 semanas, tratando os feridos na Faixa de Gaza. Foi morta no dia 1 de Junho por soldados israelitas enquanto corria para a fronteira para tratar um ferido. Estava identificada pelo seu uniforme branco. São já 124 os mortos palestinianos e mais de 13.300 os feridos desde 30 de Março, quando começaram as manifestações da “Grande Marcha de Retorno”. São manifestações de milhares e milhares de palestinianos civis, contra o bloqueio que Israel impôs na Faixa de Gaza, contra o extermínio do Povo desde 1948, perpetrado por Israel, e pelo seu direito a viver na Palestina. Razan não foi a única paramédica a ser morta desde 30 de Março. Outro enfermeiro foi morto e, segundo o ministério da saúde de Gaza, foram feridos mais de 200 médicos e enfermeiros e as forças israelitas atacaram 37 ambulâncias. Estes são crimes de guerra à luz da Convenção ...