Chamava-se Razan al-Najjar. Era palestiniana e tinha 21 anos
Chamava-se Razan al-Najjar. Era palestiniana e tinha 21 anos.
Razan era enfermeira. Trabalhava como voluntária há 10 semanas, tratando os feridos na Faixa de Gaza.
Foi morta no dia 1 de Junho por soldados israelitas enquanto corria
para a fronteira para tratar um ferido. Estava identificada pelo seu
uniforme branco.
São já 124 os mortos palestinianos e mais de 13.300 os feridos desde
30 de Março, quando começaram as manifestações da “Grande Marcha de
Retorno”.
São manifestações de milhares e milhares de palestinianos civis,
contra o bloqueio que Israel impôs na Faixa de Gaza, contra o extermínio
do Povo desde 1948, perpetrado por Israel, e pelo seu direito a viver
na Palestina.
Razan não foi a única paramédica a ser morta desde 30 de Março. Outro
enfermeiro foi morto e, segundo o ministério da saúde de Gaza, foram
feridos mais de 200 médicos e enfermeiros e as forças israelitas
atacaram 37 ambulâncias. Estes são crimes de guerra à luz da Convenção
de Genebra, mas Israel recusa qualquer investigação independente e os
Estados Unidos obstaculizaram a discussão no Conselho de Segurança das
Nações Unidas.
A situação na Faixa de Gaza é critica. Em 360 Km2 vivem 2 milhões de
palestinianos, bloqueados, sem poder entrar ou sair da zona, cercados
pelo muro ou barreiras de arame farpado. Sem trabalho, com electricidade
poucas horas por dia, o que impede a actividade económica, tudo lhes
falta.
Mas não é apenas Gaza que está em causa.
Com o objectivo de inviabilizar a existência do Estado Palestiniano,
nos últimos tempos Israel têm intensificado a construção de colonatos na
Cisjordânia, por forma a controlar mais terras e considerá-las parte do
Estado de Israel.
A Grande Marcha do Retorno é por isso também uma mensagem dos
palestinianos à comunidade internacional de que não desistem do direito
de voltar às suas terras.
À coragem e resistência dos palestinianos o governo sionista responde
com o terror. Só no dia 30 de Março foram mortos 16 palestinianos e
mais de 2.000 foram feridos por soldados israelitas. Os soldados
israelitas disparam indiscriminadamente sobre manifestantes desarmados,
homens, mulheres e crianças, numa acção absolutamente desproporcional.
Uma hipotética solução para o conflito israelo-palestiniano ficou
mais afastada quando em Dezembro do ano passado Trump tomou a decisão de
reconhecer Jerusalém como capital de Israel – decisão que tinha já sido
tomada mas que não tinha posto em prática.
Para além de violar o Direito Internacional e numerosas resoluções
das Nações Unidas sobre o estatuto de Jerusalém, Trump pôs claramente os
Estados Unidos ao lado do governo sionista e ficou mais óbvio que Trump
e Israel querem uma solução para o conflito, mas que a solução não
inclui os palestinianos.
Israel veio de seguida reivindicar Jerusalém como a capital una e
indivisível, fazendo tábua rasa das diversas resoluções da ONU.
No dia 14 de Maio quando foi inaugurada a embaixada americana em
Jerusalém, morreram 58 palestinianos e mais 2.200 ficaram feridos.
Esta actuação da Administração americana constituiu não apenas uma
agressão ao povo palestiniano, com consequências imprevisíveis, mas um
enorme perigo para todo o Médio Oriente, já que ocorre num momento em
que a tensão aumenta e se assiste a uma escalada militar na região,
prenunciando a possibilidade de um enorme confronto.
As autoridades de Gaza têm apelado à comunidade internacional para
intervir e fazer parar a morte dos manifestantes civis palestinianos,
paramédicos e jornalistas.
Mas apesar da gravidade da situação, apesar de a causa palestiniana
ser uma das mais justas lutas de um povo e também ter o mais justificado
fundamento no âmbito do direito internacional, Israel prossegue, com a
cumplicidade das grandes potências que o sustentam, com os Estados
Unidos da América à cabeça, perante a impotência ou hipocrisia da
comunidade internacional.
Só uma onda de solidariedade internacional para com a luta dos
palestinos poderá travar o massacre em curso e pressionar os governos
para que forcem uma solução internacional.
Para esta 4.ª feira, dia 6, às 6 da tarde está marcada uma vigília de
solidariedade com o povo palestiniano frente à Câmara Municipal de
Évora.
Que junte muitas e muitos por uma Palestina Livre!
Até lá ou até para a semana!
MARIA HELENA FIGUEIREDO
DIANA FM - http://www.dianafm.com/event/palestina-livre/
MARIA HELENA FIGUEIREDO
DIANA FM - http://www.dianafm.com/event/palestina-livre/
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