A “Mão de Fátima”: uma imagem ritual islâmica de protecção

É do conhecimento geral que a civilização islâmica, se caracteriza em grande parte, no aspecto estético e iconográfico pela quase ausência de representações humanas, ausência essa que do ponto de vista legal e religioso deveria ser practicamente total (1). É nosso objectivo procurar analisar aqui uma das excepções àquele princípio, e que talvez também por se tratar de uma excepção, acaba por lhe conferir uma extraordinária popularidade no mundo islâmico, tanto no passado como no presente. Trata-se da chamada “Mão de Fátima” (2). Começaremos por abordar em separado, os dois elementos que compõem a expressão, primeiramente “Mão”, e depois “Fátima”. Tentaremos finalmente sintetizar os vários aspectos identificados, a partir do estudo da imagem ritual em causa. 

ANTÓNIO REI
IEM / FCSH-UNL

Mão

Pode-se dizer que tem sido pela mão que o Homem tem sido conduzido e, simultaneamente, continua conduzindo a evolução da espécie humana (3). A mão é o instrumento-base de todo o processo que o trouxe, desde o seu estado original até ao estádio actual de civilização (4).

A importância da mão é de tal ordem que a ela devemos também uma decisiva contribuição para a ciência que nos ocupa: a história é um produto da mão, pois aceita-se que foi a escrita que fez as comunidades humanas abandonar a longa pré-história. A historiografia é devedora da escrita, e a escrita foi e continuará a ser um produto, directo ou indirecto, da mão humana.

Essa sua qualidade de orgão humano executor das ordens cerebrais terá sido entendida muito cedo na história humana, pois já no sistema hieroglífico egípcio a mão significava «o princípio manifestado, a acção, o trabalho e a doação» (5). A mão elevada representa a voz e o canto (6), talvez por isso ainda hoje, e de forma instintiva, levantemos o braço quando pedimos a palavra; ou para, acenando, transmitirmos uma mensagem.

Apresentando-se aberta, a mão indicava força magnética, tanto para os egípcios como para as civilizações ameríndias pré-colombianas (7).

Fenícios, Gregos e Romanos terão usado talismãs em forma de mãos para exconjurar o mau-olhado (8).

Para os Romanos a mão significava ainda protecção, autoridade, poder e força, simbolizando tanto a autoridade paternal como a autoridade imperial (9).

Entre as culturas hindú e budista do Extremo Oriente desenvolveu-se uma elaborada codificação das posições manuais e dos seus respectivos significados, promovida pelas respectivas disciplinas espirituais. Entre essas diferentes posições manuais - mudrâ -, encontramos uma delas que especialmente protegia do medo, sendo representada por uma mão de palma aberta e de dedos levantados (10).

Na emblemática do ocidente cristão a imagem da mão aparece raramente em representação isolada, e por norma surge associada a diferentes gramáticas simbólicas (11).

Poderemos acrescentar ainda que, em contexto islâmico, a mão tem também e de forma geral os mesmos simbolismos já referidos para outras culturas.

A palavra yad (mão), soando identicamente em árabe e em hebraico, transporta igualmente em ambas as línguas o significado de «mão» e também de «potência». (12)

Diversas civilizações ao longo dos tempos tiveram quem se dedicasse ao estudo das mãos, entendendo-se que estas tinham sinais que indicavam o destino do seu portador (13), e é de todos conhecido que o gesto substitui um idioma desconhecido, sendo aquele a forma de comunicação mais geral e mais primária entre os seres humanos; da mesma forma que a linguagem gestual é uma forma de comunicação, nalguns casos a única, para pessoas com determinadas deficiências de comunicação quer vocal quer auditiva.

A nível da praxis manual islâmica diremos que relativamente às duas mãos, a direita tem uma primazia sobre a esquerda (14), estando reservada àquela os actos considerados mais nobres, como por exemplo a doação, a recepção, a saudação, e na sua forma mais tradicional, a alimentação (15).

Na higiene corporal a mão direita lavará a parte superior do corpo até à linha da cintura, devendo a esquerda lavar o restante abaixo daquela linha (16).

Fátima

O nome “Fátima” surge pela primeira vez na História associado à figura da filha mais nova de Muhammad ibn ‘Abd Allah, o mercador de Meca que, tornado Mensageiro e Profeta, recebeu e divulgou a mensagem do Islão.

Não sendo filha única, o que é que a fez ser tão conhecida, sendo mesmo practiamente a única filha de Muhammad a ser conhecida em âmbito não-islâmico ?

Vejamos:

- Fátima foi a única de vários irmãos que nasceu numa família já islâmica, pois o seu nascimento ocorreu no primeiro ano posterior ao da Revelação da Mensagem e da Profecia a seu pai (17). Todas as suas irmãs e irmãos tinham nascido anteriormente àquele facto.

- Foi também a única filha de Muhammad a dar-lhe descendência. Os seus irmãos morreram em crianças; as suas três irmãs, que atingiram a idade adulta e casaram, só tiveram filhas, as quais, por sua vez, na seguinte geração não tiveram elas mesmas qualquer descendência.

Portanto, toda a descendência de Muhammad passa através de Fátima e dos seus dois filhos: al-Hassan e al-Hussayn (18). Se este facto tem grande importância na civilização islâmica em geral, ganha maior relevo sem dúvida, entre os xiitas, pois estes consideram que a autoridade máxima, temporal e espiritual, no mundo islâmico, deve pertencer sempre a um descendente do Profeta (19). 
Existiu um tratamento privilegiado daquele pai para com aquela filha, que segundo a tradição era possuidora de um carácter humano de excepção, facto comprovável em alguns relatos (ahadith).

Num deles Muhammad afirma ser Fátima uma parte de si mesmo, e que quem fizer bem ou mal a ela, é como se o fizesse a ele directamente. Naquele contexto, Muhammad não autorizou ‘Alî, o esposo de Fátima, a contrair um segundo matrimónio ‘enquanto Fátima fosse viva, porque tal facto provocar-lhe-ia desgosto’ (20). Teve Fátima, portanto, um tratamento de excepção, de que nenhuma outra mulher muçulmana pôde gozar.

Mas mais importante é aquele relato em que Muhammad diz que Fátima é a Senhora das mulheres do Paraíso (21).

Se no primeiro há referência a uma quase consubstancialidade entre a natureza de ambos, afirmando a dignidade de Fátima entre todos os Companheiros (a primeira geração de muçulmanos) e mesmo entre todos os membros da família do Profeta; no segundo Fátima é colocada na posição de exemplo matricial feminino no Islão.

Nenhuma das Esposas do Profeta, que são designadas como “Mães dos Crentes”, nem entre elas a que foi mãe de Fátima, de seu nome Khadija, e que foi ‘apenas e só’ a primeira mulher a aceitar a Revelação de que Muhammad fora investido, e a única das esposas que lhe deu descendência (22), suplanta Fátima naquela dignidade.

Ainda recolhido em hadîth foi o facto de Muhammad ter confidenciado a Fátima durante a sua última enfermidade, que ele iria morrer em breve, mas que muito pouco tempo depois ela o seguiria, sendo a primeira de toda a família do Profeta a morrer depois dele (23). Até na morte se manteria a proximidade que sempre juntou aqueles dois seres.

Parece ficar claro que foi atribuída a Fátima, ainda em vida, uma dignidade que a colocou num nível superior ao das outras mulheres muçulmanas do seu tempo ou de qualquer tempo futuro. Ela foi a imagem viva, e continuou a sê-lo depois de falecer, da Mulher e da Mãe, aquela que foi também a Mãe da descendência do Profeta do Islão.

A ‘Mão de Fátima’

Assim, e voltando ao talismã em si mesmo, poderemos entender a “Mão de Fátima”como tratando-se de uma protecção com características essencialmente ‘maternais e femininas’, já que sendo esta figura usada no mundo islâmico em geral, é, no entanto, numa enorme maioria, usada pelas mulheres muçulmanas.

A ‘Mão de Fátima’, considerada a mais poderosa protecção contra o mau-olhado (24), é, também como adorno, oferecida às meninas e às mulheres, havendo mesmo adornos desses que passam como ‘jóias de família’, ao longo de gerações, mas sempre entre os elementos femininos das respectivas famílias.

Não surgindo, no entanto, apenas como um adorno feminino, aparece também em pequenos quadros destinados a ser colocados nas casas e locais de trabalho, e em que na maior parte dos quais a figura da mão vem acompanhada com toda uma série de inscrições de teor religioso e que reforçam o seu papel protector (25).

Nalguns casos, como por exemplo em insígnias destinadas a encimar os paus de estandartes e bandeiras, usadas por corpos militares ou por confrarias místicas, as ‘Mãos de Fátima’ não surgem rodeadas de inscrições; em vez disso a figura da mão é o próprio suporte, geralmente metálico, onde são inscritas as fórmulas que propiciarão o incremento da acção protectora (26).

Uma outra utilização mais vulgar desta figura é a simples pintura da mão, através de uma forma estética mais ou menos conseguida, e que aparece geralmente nas portas das casas, mas surge também muitas vezes nos muros das moradias (27). Esta utilização ainda mais acessível e vulgar da ‘Mão de Fátima’, talvez pela facilidade de meios para a conseguir, e sem grandes exigências técnicas e artísticas, fez com que a mesma figura, tão popular na região do Magrebe, surgisse não apenas nas portas dos muçulmanos, mas também nas dos judeus (28).

Encontram-se ainda reproduções daquela ‘Mão’ protectora em recipientes cerâmicos para armazenamento de produtos alimentares que eventualmente se poderiam alterar (29).

A matéria sobre a qual esta figura se representava, e ainda representa, é mais ou menos indiferente, já que o importante é a reprodução da mão. Dos metais nobres aos menos nobres, do osso à madeira, do cartão e do papel ao moderno plástico, tudo serve, mesmo quando é grafada com ocre, ou com sangue de um animal sacrificado, no muro de uma casa a proteger. A sua eficácia fica a dever-se essencialmente à imagem em si mesma e não ao respectivo suporte.

O ocidente peninsular ibérico também foi parte do mundo islâmico entre os séculos VIII e XIII, e também aqui se usou o talismã da ‘Mão de Fátima’, embora pela contextualização dos poucos achados conhecidos tudo pareça apontar para uma maior popularidade que teria coincidido com o período da dinastia berbere dos Almóadas.

É certo que não se conhecem muitos sinais daquela prática simultaneamente invocativa e protectora no espaço do Gharb al-Andalus, tendo sido exumados até ao presente apenas alguma dezenas de exemplares.

Encontramos este motivo da ‘Mão de Fátima’ repetido em espécimes cerâmicos exumados em Mértola, também em Silves, e muito recentemente mais alguns em Montemor- o-Novo (30). Reproduções da mesma ‘mão’ em suporte de osso conhecem-se apenas duas, uma encontrada em Mértola e ainda outra surgida em Moura (31). Em metal, e até ao presente, apenas temos conhecimento de um exemplar que se encontra no Museu Paroquial de Moncarapacho (32). Com excepção desta última peça, também ainda inédita, todas as demais são atribuíveis ao período almóada, pelo que se pode colocar a hipótese de que esta prática se tivesse aqui difundido durante aquele período que medeou em território peninsular entre cerca de 1150 e 1230.

É mesmo possível admitir que aquela procura de protecção se tivesse prolongado durante o período mudéjar que se prolongou entre os séculos XII / XIII e os primódios do século XVI, ou mesmo ainda pelos séculos seguintes já que ainda hoje, nas portas do início do 3o milénio, em Portugal, talvez mais tradicionalmente no sul, continuamos encontrando muitos batentes com a forma de mãos (33), absolutamente idênticos a muitos que enchem ainda muitas portas e portais em todo o Magrebe e que continuam a perpetuar, lá e cá, a protecção da Mãe - a Mulher em que encarna o poder criador para transmitir a Vida.

Assim, a ‘Mão de Fátima’ continuará, de alguma maneira, lançando a sua sombra protectora sobre as entradas de diferentes e secretos mundos femininos, aqui «onde a terra acaba e o mar começa».

NOTAS

1 Tradicionalmente é citado um hadîth no qual se afirma o futuro castigo reservado aos ‘fazedores de imagens’ e que os obrigará ‘a tentar dar, por toda a eternidade, vida às figuras que criaram’. V. o texto completo do hadîth em Imâm Mâlik bin ANAS, Al-Muwâtta’ (trad. inglesa e notas de Muhammad Rahimuddin), Nova Delhi, Kitab Bhavan, 1981, pp. 409-410. Esta referência resumida surge ainda em Dominique SOURDEL, O Islão, Mem-Martins, Ed. Europa-América, 1980, pp. 110-111.

2 Na realidade trata-se de uma fórmula ocidentalizada que traduz a chamada Khamsa árabe. Khamsa (= cinco) é a figura da mão com os cinco dedos abertos (v. Abdallah KHAWLÎ, “Introdução ao estudo das vasilhas de armazenamento da Mértola islâmica”, Arqueologia Medieval 2, Mértola / Porto, CAM / Afrontamento, 1993, pp. 63-78, pp. 68-69; IDEM, “A Mão de Fátima e a sua representação na arte hispano-muçulmana. Cerâmica estampilhada de Mértola”, Actas do Encontro ‘Arqueologia en el entorno del Bajo Guadiana’, Univ. de Huelva, 1994, pp. 605-618), cada um deles associado ao simbolismo de um dos cinco Pilares do Islão, ou seja das práticas rituais obrigatórias e que identificam o muçulmano (v. Luís MAÇARICO, “A função antropológica da aldraba: da origem simbólica à morte funcional”, Arqueologia Medieval 8, Mértola / Porto, CAM / Afrontamento, 2003, pp. 301-312, p. 303).

3 “A mão exprime ideias de actividade, de poder e de domínio” J. CHEVALIER e A. GHEERBRANT, Diccionnaire des symboles, Paris, 1987, p. 599.

4 Sobre a importância da ‘libertação da mão’ na evolução da espécie humana, ver os já clássicos Edgar MORIN, O Paradigma Perdido (ed. Europa-América, s.d.); e André LEROI-GOURHAN, O Gesto e a Palavra, Lisboa, Edições 70, 1981, ou ainda IDEM, O Homem e a Matéria, Lisboa, Edições 70, 1984.

5 Juan Eduardo CIRLOT, Dicionário de Símbolos, Lisboa, D. Quixote, 1999, p.244.

6 Ibidem.


7Idem, pp.244-245.


8 Luís MAÇARICO, ob.cit., p.303.

9 Juan Eduardo CIRLOT, ob.cit., p. 245.

10 A figura em causa chamava-se Abhaya-mudrâ (símbolo da ausência de medo) e era associada a Kâlî, a força destruidora do Tempo. Sobre os simbolismos dos mudrâ, v. J. CHEVALIER e A. GHEERBRANT, ob.cit., p. 600.

11  J. E.CIRLOT, ob.cit., p. 245.

12 Edmond DOUTTÉ, Magie & Religion dans l’Afrique du Nord, Paris, Maisonneuve et Geuthner, 1984 [ed. facsím.de 1916], p.325.

13 A chamada Quiromancia, a adivinhação pelas mãos; v. Frederik Koning, Diccionario de Ocultismo, Barcelona, Bruguera, 1974, pp.239-243.

14 Imâm AL-BUKHÂRÎ, Sahîh (versão biling. ár.-ingl. de Muhammad Muhsin Khan) IX vols., Medina al-Munawwara / al-Riâd, Universidade Islâmica / Livraria Moderna de Riâd, 1981, vol.I, pp. 222-223.



15Ibidem.

16Sobre a utilização das mãos nas abluções do ritual islâmico, v. Ibn Abî Zayd AL-QAYRAWÂNÎ, La Risâla, trad.franc.e ed.biling.ár.-franc. de Léon Bercher, Argel, E.P.A., 1980, pp.35-43.

17Muhammad ZAKARIYÂ’, The Stories of the Sahabah, Nova Dehli, Idara Ishaat-e-Diniyat, s.d., pp. 201-203.

18Idem, p.202.


19Sobre os primórdios do Islão e do que deu origem ao surgimento dos sunitas e dos xiitas, v. Henri LAOUST, Les schismes dans l’Islam, Paris, Payot, 1977.

20Imâm AL-BUKHÂRÎ, ob.cit., vol. V, p. 75; M. ZAKARIYÂ’, ob.cit., p. 202.

21Imâm AL-BUKHÂRÎ, ob.cit., vol. V, p. 74; M. ZAKARIYÂ’, ob.cit., p. 201; Martin LINGS, Le Prophète Muhammad. Sa vie d’après les sources les plus anciennes (trad.franc. Jean-Louis Michon), Paris, Seuil, 1986, p. 392. .

22Sobre Khadîja, a primeira esposa do Profeta Muhammad e a vida de ambos como casal, v. Martin LINGS, ob.cit., pp. 45-123.

23Fazl AHMAD, Aisha the Truthful, Nova Delhi, Taj Company, 1983, pp. 65-66.


24 Muito curiosamente, entre os Berberes do Norte de África, a figura da mão aparece ‘magicamente’ reforçada, sendo-lhe associada o crescente, o corno, a ferradura e por vezes ainda a estrela de cinco pontas. (V. Edmond DOUTTÉ, ob.cit., p. 325). Muito semelhante é o conjunto de amuletos que ainda hoje se pode adquirir aqui em Portugal, para colocar geralmente num bébé a quem se pretenda preservar de vários males de origem mágica. A ‘figa’será o símbolo que funde em si simbologias púnicas depois recuperadas pelos romanos (A.KHAWLÎ, “A Mão de Fátima...”, p. 606) e islâmicas.

25Erick BONNIER, “Vá a Fez..., e se quiser não volte!”, in Notícias Magazine (1999/ 08/ 08), pp.18- 29, p.23.

26 Emílio de SANTIAGO SIMÓN, “Una curiosa moharra de estandarte shî‘î”, Mélanges d’Études Arabes et Hébraïques (MEAH) XXVII - XXVIII (1978-79), pp. 243 - 244 + 1 extratex.


27A. KHAWLÎ, “A Mão de Fátima...”, p. 618; Luís Manuel de ARAÚJO, “Os Muçulmanos no Ocidente peninsular”, História de Portugal (dir. J.H.Saraiva), 3 vols., Lisboa, Alfa, 1983, vol. 1, pp. 244 - 289, p. 255.

28Costume registado entre os judeus a todo o largo do Magrebe, de Marrocos à Tunísia (v. E. DOUTTÉ, ob.cit., p. 326 e n.1).

29 Em território português foram encontrados até ao momento exemplares cerâmicos ostentando a ‘mão de Fátima’ como motivo decorativo em Silves (Rosa Varela GOMES, Cerâmica muçulmana do Castelo de Silves: Xelb 1, Silves, 1988, p.125), em Mértola (A. KHAWLÎ, “Introdução ao estudo das vasilhas de armazenamento...”, pp.68-69; IDEM, “A Mão de Fátima...”, pp. 607-609 e 611-614) e muito recentemente em Montemor-o-Novo, cujos materiais estão ainda inéditos (datados pelo arqueólogo Fernando Branco Correia - Univ. Évora) e são da responsabilidade da arqueóloga Manuela Pereira.


30Cf. nota prévia.

31Santiago MACIAS, “Moura na Baixa Idade Média - elementos para um estudo histórico e arqueológico”, Arqueologia Medieval 2 (1993), Mértola / Porto, CAM / Afrontamento, pp. 127-157; A. KHAWLÎ, “A Mão de Fátima...”, pp. 608-609 e 615-616.

32 Não tendo sido possível ver directamente a peça em causa, devo a informação oral que me referiu a sua existência, ao Prof. Doutor João Pedro Bernardes, do Departamento de Hstória, Arqueologia e Património da Univ. do Algarve, e a quem agradeço.

33 Muito comuns em todo o Portugal, os batentes em forma de ‘mão’ têm ultimamente sido cada vez mais identificados com a sua possível ( e talvez quase inevitável... ) origem islâmica, atendendo à extraordinária semelhança de forma e função que esta peças apresentam em ambas as margens do Mediterrâneo ocidental, ou seja na Península Ibérica e no Magrebe. Para além das referências encontradas em A.KHAWLÎ “A Mão de Fátima...”, p. 609 e 617; e L. MAÇARICO, ob.cit., pp. 303-304, v. ainda José Alberto ALEGRIA, “Arquitectura Islâmica em Portugal : das memórias ao ressurgimento - o exemplo da Arquitectura em Terra”, in Memórias Árabo-Islâmicas em Portugal, CNCDP, 1997, pp.159-168, p. 165; Maria da Conceição AMARAL, Caminhos do Gharb. Estratégia de interpretação do património islâmico no Algarve: o caso de Faro e de Silves, Faro, CCRAlgarve, 2002, p. 39.

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FONTE: https://www.academia.edu/7769006/A_M%C3%A3o_de_F%C3%A1tima_?auto=download

 

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