Lisboa e o seu alfoz, em relatos árabes do “maravilhoso”





Lisboa e o seu alfoz, em relatos árabes do “maravilhoso”

As crónicas árabes descrevem Lisboa e os seus arredores - as terras mais longínquas do mundo conhecido à época, banhadas pelo temível e desconhecido Mar Tenebroso - como um lugar repleto de maravilhas, em que aconteciam coisas extraordinárias. O solo era o mais fértil que alguma vez se vira, e dele nasciam maçãs gigantescas e inacreditáveis. Um estranho animal marítimo, que uivava de noite, largava na costa um velo dourado, que os soberanos do Al Andalus usavam na fiação de ricos mantos para ofertar aos seus convidados ou súbditos mais proeminentes. A própria água do rio arrastava pepitas de ouro vindas de algum jazigo escondido, que os seus habitantes recolhiam ao longo do ano, e o âmbar ali encontrado era o mais excelente de toda a península. Os falcões caçadores eram belos e majestosos, e as montanhas, pródigas em benesses naturais, refulgiam de noite. Muitas daquelas realidades já tinham sido constatadas e registadas em séculos anteriores por outras culturas, como,  por exemplo, a romana.

ANTÓNIO REI *

O “maravilhoso” (‘ajîb) na cultura árabo-islâmica 

A primeira definição de “maravilhoso” (‘ajîb, pl. ‘ajâ’ib) na cultura árabo-islâmica foi formulada por al-Qazwînî, autor do século XIII, dizendo “ser todo o fenómeno ou objecto que causa a admiração do ser humano porque desconhece a causa que a motiva” (2). De forma mais lata, poder-se-á dizer que abarcará tudo o que seja produzido pela Natureza ou pelo Homem, e que maravilha o observador que lhe desconhece as causas (3).

Se o termo ‘ajîb abarca genericamente toda a área temática, o termo gharîb, traduzível por “insólito”, é outra expressão desta nomenclatura ligada ao fantástico; mas se a primeira engloba os fenómenos dos diferentes reinos da Natureza, a segunda é mais correlacionável com acções humanas que procuram concitar protecção ou prejuízo, através de formulações de cariz mágico ou talismânico (4).

A literatura árabe, em muitos aspetos herdeira da cultura clássica greco-latina, e em especial nas suas descrições geográficas e / ou em relatos de viagens, fez a recolha, entre outros, de descrições de factos marcados pelo estranho, incomum ou bizarro.

Estes relatos e descrições acabaram tomando várias formulações literárias. Uma delas foi a que ocorreu em textos de cariz geográfico, nas descrições dos diferentes espaços do mundo islâmico. Al-Andalus, região extrema do mundo então conhecido, islâmico ou não, tornou-se um dos objectos desta abordagem literária que valoriza o extraordinário em qualquer forma (5).

Curioso no mínimo, tanto mais porque coincidente, é o facto de, em árabe, a palavra “ocidente” (gharb) e a palavra “estranho” ou “insólito” (gharîb), já atrás referida, procederem da mesma raiz etimológica (gh-r-b).

Vejamos, pois, agora de que forma o espaço hispânico, ou andalusî, era visto como um alfobre de sinais do insólito e do maravilhoso.

A Hispânia e o maravilhoso 

A Hispânia teve sempre a si associada, mercê da sua localização geográfica no extremo ocidental do mundo mediterrânico, uma memória de local extraordinário, de terra tocada pelo divino, na sua condição de “Terra do Fim do Mundo”, de Finisterra, de local onde o mundo dos vivos tocava o mundo do além. Daí chamar-se Ocidente, o sítio da morte, do ocaso solar (6).

A literatura grega, recolhendo noções e valores que procediam das civilizações do Mediterrâneo oriental, e transmitindo-os depois à civilização latina, em especial através dos relatos mitológicos, integrou, daquela forma, estas Terras Extremas na sua cosmogonia que via o Mediterrâneo como o centro do mundo.

Curiosa e coincidentemente, os três últimos trabalhos de Hércules, designadamente, o roubo das maçãs de ouro das Hespérides, a derrota das Amazonas e o domínio sobre o cão Cerbero (guarda das Portas dos Infernos), foram situados pelos gregos aqui nestas paragens extremas, junto às Colunas que perpetuaram o nome daquele herói mítico (7).

Para o mais extremo do extremo, a região de Lisboa, que foi parte integrante do Gharb al-Andalus entre 714 e 1147, constatam-se uns quantos relatos de natureza “extraordinária”, com origem em notícias (akhbâr) registadas desde o século IX, e que pretendemos aqui elencar e divulgar, atendendo, também e principalmente, a que nunca foi produzida uma abordagem semelhante para qualquer outra região do Gharb.

Lisboa,  junto ao Grande Mar Envolvente ou Tenebroso 

A primeira condição do “maravilhoso” de Lisboa e da sua região advém da sua própria situação geográfica no mais extremo do extremo do ocidente do mundo então conhecido. Uma cidade aberta ao Grande Mar Envolvente ou Circundante (8), que, curiosamente em autores mais tardios, a partir do século XII, começa a ser chamado de Mar Tenebroso (9), uma expressão que ainda pairava entre os meios da marinhagem, em pleno século XV, quando os Portugueses se lançaram nas suas viagens atlânticas.

A própria localização da Península, e de Lisboa nela – etimologicamente a “quase-ilha” –, a que os árabes chamaram de al-Andalus, a qual, como já brevemente referimos atrás, eivada de uma carga escatológica, e consequentemente sagrada, já tinha propiciado a estas terras textos laudatórios, de gregos, de romanos e de godos, entre estes muito especialmente de Isidoro de Sevilha e a que, naturalmente, os andalusis deram continuidade (10).

Não nos pretendemos limitar apenas à cidade e ao seu entorno próximo. Subiremos pelo vale do Tejo, abordaremos as costas marítimas da região, e bem assim as áreas fluviais. Queremos referir algumas produções agrícolas incomuns, e certas produções minerais insólitas. Tudo ajudando a consolidar o carisma destas terras extremas, deste Finis Terrae, como se de uma unção ou bênção se tratasse.

Nas Portas de Lisboa 

Os autores árabes, e em especial os andalusis, deixaram-nos que Lisboa era uma cidade construída à beira-rio, ou beira-mar. E tão literalmente, que se a porta sul, chamada Porta do Mar, estivesse aberta, as marés entravam mesmo na cidade, para além de molharem as muralhas até uma altura de cerca de um metro. Ainda hoje existe, a abrir para o Campo das Cebolas, o Arco das Portas do Mar.

Junto a uma outra porta, numa outra zona limítrofe da cidade, a sudeste, brotavam fontes naturais de água quente (Al-Hamma em árabe, e Alfama em português), as quais já tinham sido usadas em banhos públicos pelos latinos e que os muçulmanos continuaram usando. Segundo alguns autores árabes, as marés, regularmente, cobriam e descobriam algumas dessas nascentes (11).

O Mar da Palha de Ouro 

Aquele mesmo rio Tejo, em certos momentos do ano, em especial no inverno, no seu amplo estuário (12), desentranhava-se em ouro, em pepitas e palhetas de ouro. Em virtude daquela realidade, quanto a nós, terá surgido o nome de Mar da Palha, cuja expressão derivará da Palha do Ouro, e não da presença, no leito do rio, de uma abundância em ervas secas.

Aquela realidade levava a que as populações ribeirinhas, mas possivelmente não apenas essas, se dedicassem à recolha de ouro nas suas margens. Esta presença do ouro, e a particularidade da sua recolha, é o facto que, relacionado com Lisboa e sua região, é mais relatado pelos autores árabes (13).

Terras generosas e Rio abençoado

Uma riqueza fluvial que, para além do muito e bom pescado (14), não assumia apenas formas de mineral nobre. O rio Tejo, de onde bebiam as gentes da região (15), todos os anos, em cheias, que eram comparadas às cheias do Nilo no Egipto, inundava as margens e fertilizava os campos (16).

Após o refluxo das cheias, os campos ficavam de forma a poderem ser feitas duas culturas por ano, pois o cereal que era lançado à terra, quarenta dias depois já poderia ser colhido. A fertilidade era tanta, que um alqueire de semeadura, produzia cem alqueires ou mais (17).

Para além das terras de cereal, aquela abundância dava lugar, um pouco por todo o lado, a inúmeras hortas e pomares onde se produzia muita fruta e legumes.

Os cristais de mel 

A floração da sua cobertura vegetal, e em que o alecrim era significativamente abundante, dava origem a um mel tão excelente e característico, que ganhou fama em todo o al-Andalus e mesmo fora dele.

Era um mel que cristalizava de tal forma que era comparado ao açúcar, e a sua condição permitia que fosse guardado em sacos de pano, sem que os mesmos se tornassem húmidos em função da presença do mel (18).

Os melhores falcões caçadores 

E os céus desta região eram cruzados por uma determinada espécie de falcões que também dava renome à zona de Lisboa. De tão excelente raça eram aquelas aves que eram considerados dos melhores para serem adestrados para a caça (19).

As montanhas reluzentes e o solo curativo 

As montanhas da região em redor da cidade eram também pródigas em benesses minerais. Nelas era possível lá encontrar jazidas de ónix, também jazidas de um tipo de granada ou carbúnculo, e ainda de mármore. Relativamente a algumas daquelas jazidas reportam os autores que as mesmas reluziam durante a noite (20).

O âmbar excelente 

Quer para norte, quer para sul do estuário do Tejo, indo no sentido meridional bem para além da península da Arrábida, as costas marítimas da região eram abundantes no mais excelente âmbar que se podia apanhar em todo o al-Andalus, e que mercê dessa qualidade, era mesmo exportado para o oriente (21).

As maçãs magníficas e as odoríferas violetas 

Um outro elemento que é recorrentemente citado pelos autores quando referem esta região, é o das enormes maçãs que eram produzidas na zona de Sintra (22). Subsiste, afortunadamente, um texto, de um autor andalusi, onde é descrito todo o processo agronómico que permitia que aquelas maçãs atingissem tais proporções que as tornavam dignas de notícia (23).

Também há notícia de que na Serra de Sintra nasciam espontaneamente muitas violetas, especialmente odoríferas (24).

O velo dourado e refulgente 

Por último, queremos referir, por mais complexo e inusitado, um ser até há pouco não identificado, e que dava origem a um produto de luxo:

“[...] em certo momento do ano, (sai) do mar um mamífero (aquático) que se esfrega nas rochas das praias, desprendendo-se dele um velo, com a suavidade do veludo e a cor do ouro, que não se desgasta (com o tempo). 

É muito apreciado e escasso, sendo recolhido e tecido com ele vestuário que (à luz) do dia refulge (uma miríade de) cores. Os monarcas dos Banû Umayya detinham o seu exclusivo [...]” (25). 

Após um longo estudo heurístico, linguístico, e paralelamente zoológico, chegámos a uma série de conclusões, que vamos explicitar em seguida.

Tratavam-se, no caso descrito, de focas-fêmeas que, em determinada época do ano, possivelmente no Verão, ainda dariam às costas atualmente portuguesas, regular e ciclicamente, para virem dar à luz.

Os mesmos animais que, quando apareciam na costa portuguesa durante o período romano, eram por estes designados de nereides (as focas) e tritões (os leões marinhos), pois, curiosamente, encontramos já que Plínio-o-Velho afirmava que “as Nereides [...] gemiam durante a noite” (26). Ou seja, encontramos em Plínio uma descrição muito semelhante àquela que os autores árabes nos legaram cerca de um milénio depois.

Ainda hoje as focas-fêmeas dão à luz, no início do Verão, nas costas europeias. Vêm ainda mesmo às costas cantábricas, no norte de Espanha, portanto ainda não muito longe das costas portuguesas, para aquele mesmo fim.

As crias nascem cobertas de um tipo de velo de cor amarelo dourado, que lhes cai ao fim de poucas horas. Quando ficam livres daquele velo que as envolve, estão aptas para seguirem as suas mães e regressarem ao mar (27).

O esfregar dos animais nos calhaus das praias, tratar-se-ia de movimentos propiciatórios ao parto. E o velo, que os habitantes depois recolhiam, seria aquele que as crias soltavam antes de regressarem ao mar com as mães.

Assim, os habitantes relacionariam as fricções nas rochas com o aparecimento do velo, sem se aperceberem dos passos / factos intermédios entre uma coisa e outra, pelo facto de tudo se processar durante a noite.

A família emiral e depois califal dos Banû Umayya, soberanos de al-Andalus, detinha o monopólio daquele negócio, havendo uma eventual recolha na região daquela matéria-prima e o seu posterior tratamento e fiação nos "tirâz" (oficinas de tecelagem) de Córdova. Os chamados “mantos de honra”, com que aqueles monarcas presenteavam alguns dos seus mais importantes convidados ou principais súbditos, incorporavam aquele material nas suas confeções (28).

Em jeito de conclusão, aqui ficam, portanto, elencados os principais elementos insólitos ou incomuns que a partir de fontes geográficas árabes, estão associados a Lisboa e à sua região.

No entanto, algumas daquelas realidades já tinham sido constatadas e registadas em séculos e culturas anteriores, acabando, nalguns casos, por fornecer conteúdos aos relatos laudatórios da Hispânia no seu todo, ou do seu extremo ocidental em particular.

A herança andalusi não foi, portanto, absolutamente original, tendo-se limitado, nalguns casos a repetir o que já antes fora constatado.

 * António Rei (IEM-FCSH/NOVA); Bolseiro de Pós-Doutoramento pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Foto: detalhe de cerâmica exposta no Museu de Arte Islâmica em Mértola, Portugal

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NOTAS

2 HERNÁNDEZ JUBERÍAS, Julio – La Península Imaginária. Mitos y leyendas sobre al-Andalus. Madrid: CSIC, 1996, p. 250; ver ainda DUBLER, C. E. – “‘Adjâ’ib”. in Encyclopédie de l’Islam. 2a. ed.. Leiden / Paris: E. J. Brill / Maisonneuve et Larose, 1960-2004, vol. I, pp. 209-210; ARIÉ, Rachel – “Le Merveilleux dans la Littérature Hispano-Musulmane au Bas Moyen Âge”. in Atas do XII Congresso da UEAI (Málaga, 1984). Madrid: Union Européenne d’Arabisants et d’Islamisants, 1986, pp. 63-81.

3 HERNÁNDEZ JUBERÍAS, Julio – La Península Imaginária..., p. 14.

4 Ibidem, pp. 19 e 249-251.

5 ARIÉ, Rachel – ob. cit., passim.

6 REI, António – O Louvor da Hispânia na Cultura Letrada Peninsular Medieval. Das suas origens discursivas ao Apartado Geográ co da Crónica de 1344. Dissertação de Doutoramento em História Medieval apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Lisboa: [s.n.], 2007, p. 47, n. 2. ; HERNÁNDEZ JUBERÍAS, Julio – La Península Imaginária..., pp. 17 e 336.
     
7 REI, António – O Louvor da Hispânia ..., pp. 50-51.

8 AL-YA‘QÛBÎ – Kitâb al-Buldân. Ed. Michael Jan De GOEJE. Leiden: E. J. Bril, «Bibliotheca Geographorum Arabicorum (BGA), t. VII», 1967, pp. 353-55; AL-ISTAKHRÎ – Al-Masâlik wa-l-Mamâlik. Ed. Michael Jan De GOEJE, Viae Regnorum. Leiden: E.J. Brill, «Bibliotheca Geographorum Arabicorum (BGA) I», 1967, pp. 42-43; IBN HAWQAL – Kitâb Sûrat al-Ard. Ed. J. H. KRAMERS, Liber Imaginis Terrae. Leyden: E. J. Brill, «Bibliotheca Geographorum Arabicorum (BGA) II», 1967, pp. 66 e 109; IBN SA‘ÎD – al- Mughrib fî hulâ l-Maghrib. Ed. Shawqî DAYF. Cairo: Dâr al-Maaref, 1964, pp. 380-1 e 410; YÂQÛT – Mu‘ jam al-buldân. 5 vols. Beirute: Dār Ṣādir lil-Ṭibāʿah wa-al-Nashr; Dār Bayrūt lil-Ṭibāʿah wa-al-Nashr, 1957, pp. 172-3 e 195; AL-QALQASHÂNDÎ – Subh al-A’shâ’. Ed. Muh. ‘Abd al-Rasûl IBRAHÎM, XIV vols. Cairo: Dâr al-Kutub al-Khadîwiyya, 1331-38 / 1913-20, p. 202. Traduções respetivas em REI, António – O Gharb al-Andalus al-Aqsâ na Geogra a Árabe (Sécs. III h. / IX d.C. – XI h. / XVII d.C.). Lisboa: IEM, 2012, pp. 113, 114, 116-7, 153 e 155, 182, 199, 202. A noção de “Grande Mar Envolvente” remete para uma visão grega onde o mundo habitado ainda era um conglomerado de continentes (a Pangea), todos rodeados por água. O único mar interior, nesta concepção do mundo, era o Mediterrâneo.

9 AL-IDRÎSÎ – Nuzhat al-Mushtâq (ou Kitâb Rujjâr). Ed. E.CERULLI et all. (Ed. C), Opus Geographicum. Napoles-Roma / [Leyden]: IUONIIMEO – E. J. Brill, 1975, p. 547; AL-IDRÎSÎ – Uns al-Muhâj wa Rawd al- Furâj. ed. (Ed. A M) e trad. espanhola de Jassim ABID MIZAL, Los caminos de al-Andalus en el siglo XII según “Uns al-Muhâj wa Rawd al-Furâj”. Madrid: CSIC, 1989, pp. 50-51; AL-HIMYARÎ – Al-Rawd al-Mi‘târ. Ed. Ihsân ‘ABBÂS, 2aed. Beirute: Nasser Foundation for Culture, 1980, p. 61; IBN AL-WARDÎ – Kharidat al-‘ajâ’ib. Cairo: Tip. Mustafa al-Babi al-Halabi & Sons, 1358 / 1939, pp. 22-24; traduções respectivas em REI, António – O Gharb al-Andalus..., pp. 132, 138, 163 e 205. “Mar Tenebroso” é uma denominação que ainda vai chegar aos primórdios dos Descobrimentos Portugueses, enquanto descrição do Atlântico, e cuja carga fantasmagórica foi personi cada por Camões no “gigante Adamastor”, e evocada por Fernando Pessoa na gura do “Mostrengo”.

10 Sobre o Louvor da Hispânia, suas origens e evolução, v. REI, António – O Louvor da Hispânia na Cultura Letrada Peninsular Medieval..., passim; HERNÁNDEZ JUBERÍAS, Julio – La Península Imaginária..., pp. 17 e 336.

11 Sobre as Portas de Lisboa: fontes árabes – AL-QAZWÎNÎ – Âthâr al-bilâd. Beirute: Dâr Sâder,
1380/1960, pp. 496-497; AL-HIMYARÎ, Al-Rawd al-Mi‘târ, ed. citada, p. 61; IBN AL-SHABBÂT – Silat al- simt. Ed. al-‘ABBÂDÎ, Tarîkh al-Andalus li-Ibn Kardabûs wa-wasfu-hu li-Ibn al-Shabbât, Madrid: Instituto de Estudios Egipcios e Islámicos, 1971, p. 163; DHIKR BILÂD AL-ANDALUS. Ed. e trad. Luis MOLINA, Una Descripción anónima de al-Andalus. 2 vols., Madrid: CSIC, 1983, p. 51. Todas traduzidas por nós, em REI, António – O Gharb al-Andalus al-Aqsâ na Geogra a Árabe (Sécs. III h. / IX d.C. – XI h. / XVII d.C.), pp. 161, 162, 171 e 193. Um estudo global das Portas da Lisboa islâmica, v. idem – “As Portas da Cerca de Lisboa no período islâmico”. in Arqueologia e História 53 (2001), pp. 35-43.

12 ABÛ L-FIDÂ – Taqwîm al-Buldân. Ed. M. REINAUD e M.G. de SLANE: Géographie d’Aboulféda. Paris, 1840, p. 170; tradução em REI, António – O Gharb al-Andalus..., p. 198.

13 AL-BAKRÎ – Al-Masâlik wa-Mamâlik. Ed. Adrian VAN LEWVEN e André FERRÉ, 2 vols. Cartago- Tunísia: Al-Dâr al-‘Arabiyya li-l-Kitâb, 1992, p. 897; AL-IDRÎSÎ, Nuzhat al-Mushtâq (ou Kitâb Rujjâr), ed. E.Cerulli et all., 1975, vol. V, p. 547; AL-ZUHRÎ – Kitâb al-Ja’ra ya. Ed. M. HADJ-SADOCK in Bulletin d’Études Orientales. Damasco, vol. XXI (1968), pp. 7-312, p. 222; IBN GHÂLIB – Farhat al-anfus. ed. L. ‘Abd AL-BADΑ in Revista del Instituto de Manuscritos Arabes I / 2 (1995), pp. 272-310, p. 291; AL-HIMYARÎ – Al-Rawd al-Mi‘târ. Ed. Ihsân ‘Abbâs, p. 61; DHIKR BILÂD AL-ANDALUS, ed. citada, pp. 51-53; AL-MAQQARÎ – Na al-Tîb. Ed. I. ‘ABBÂS, 2a. ed, 8 vols., Beirute, 1988, p. 143; YÂQÛT – Mu‘jam al-buldân, ed. citada, vol. V, p. 16; AL-QAZWÎNÎ – Âthâr al-bilâd. Ed. citada, p. 555; IBN AL-WARDÎ – Kharidat al-‘ajâ’ib. Ed. citada, pp. 22-24; respetivas traduções em REI, António – O Gharb al-Andalus..., pp. 125, 132, 141-142, 144, 163, 171-172, 177-178, 191, 196,

14 DHIKRBILÂDAL-ANDALUS.Ed.citada,p.53;traduçãoemREI,António– O Gharbal-Andalus...,p.172.

15 Ibidem.
16 AL-HIMYARÎ – Al-Rawd al-Mi‘târ. Ed. citada, p. 346; DHIKR BILÂD AL-ANDALUS. Ed. citada,
p. 53; IBN SA‘ÎD – al-Mughrib fî hulâ l-Maghrib. Ed. Shawqî DAYF. Cairo: Dâr al-Maaref, 1964, p. 417; AL- QAZWÎNÎ – Âthâr al-bilâd. Ed. citada, p. 592; AL-RUSHÂTÎ – Iqtibâs al-anwâr. Ed. E. MOLINA LÓPEZ e J. BOSCH VILÁ. Madrid: CSIC, 1990, p. 88; respetivas traduções em REI, António – O Gharb al-Andalus ..., pp. 165-166, 172, 195, 157, 126.

17 AL-IDRÎSÎ – Nuzhat al-Mushtâq (ou Kitâb Rujjâr). Ed. E.Cerulli et all., pp. 549-550; AL-HIMYARÎ – Al-Rawd al-Mi‘târ. Ed. cit., pp. 103 e 346; traduções em REI, António – O Gharb al-Andalus..., pp. 133, 164, 166.

18 IBN GHÂLIB – Farhat al-anfus. Ed. cit., pp. 272-310, p. 291; IBN SA‘ÎD – al-Mughrib fî hulâ l-Maghrib. Ed. cit., p. 411; DHIKR BILÂD AL-ANDALUS. Ed. cit., pp. 51-53; YÂQÛT – Mu‘ jam al-buldân. Ed. cit., vol. V, p. 16; AL-QAZWÎNÎ – Âthâr al-bilâd. Ed. cit., p. 555; traduções respetivas em REI, António – O Gharb al-Andalus..., pp. 144, 156, 171, 178, 191,196.

19 IBN GHÂLIB – Farhat al-anfus. Ed. cit., pp. 272-310, p. 291; IBN SA‘ÎD – al-Mughrib fî hulâ l-Maghrib. Ed. cit., p. 411; DHIKR BILÂD AL-ANDALUS. Ed. cit., pp. 51-53; YÂQÛT – Mu‘ jam al-buldân.-206. Ed. cit., vol. V, p. 16; AL-QAZWÎNÎ – Âthâr al-bilâd. Ed. cit., p. 555; ABÛ L-FIDÂ – Taqwîm al-Buldân. Ed. cit., pp. 172-173; AL-QALQASHÂNDÎ – Subh al-A’shâ’. Ed. cit., vol. V, p. 222; traduções respetivas em REI, António – O Gharb al-Andalus..., pp. 144, 149, 156, 170, 191, 196, 199 e 202.

20 AL-‘UDHRÎ – Tarsî‘ al-akhbâr- Ed.‘Abd al-‘Azîz AL-AHWÂNÎ. Madrid: IEEI, 1965, pp. 496-497; DHIKR BILÂD AL-ANDALUS. Ed. cit., pp. 51-53; AL-QAZWÎNÎ – Âthâr al-bilâd. Ed. cit., p. 496; AL- MAQQARÎ – Na al-Tîb. Ed. cit., p. 142; traduções respetivas em REI, António – O Gharb al-Andalus..., pp. 123, 171, 177, 194.

21 AL-ISTAKHRÎ – Al-Masâlik wa-l-Mamâlik. Ed. cit., pp. 42-43; AL-MAS‘ÛDÎ – Murûj al-Dhahab. Ed. Ch. PELLAT, 5 vols. + 2 vols. de índices. Beirute: Manshūrāt al-jāmi’a allubnániyya 1966-1974 (ed. rev. da de Meynard / Courteille, 1a.ed., Paris, 1861-77; 2a. ed., 1913-30), p. 194; IBN GHÂLIB – Farhat al-anfus. Ed. cit., pp. 272-310, p. 291; IBN SA‘ID – Kitâb Bast al-Ard fî-Tûl wa-l-‘Ard = Kitâb al-Jughra yya. Ed. Juan VERNET (Ed. V). Tetuão: Instituto Mulay al-Hassan, 1958; ed. Isma‘îl al-‘ARABÎ (ed. A), Beirute: Manshurat al-Maktaba al-Tijariyya li-l-Tiba‘a wa-l-Nasr wa-l-Tawzi‘, 1970, pp. 111-112; AL-HIMYARÎ – Al-Rawd al- Mi‘târ. Ed. cit., p. 347; AL-MAQQARÎ – Na al-Tîb. Ed. cit., p. 152; YÂQÛT – Mu‘ jam al-buldân. Ed. cit., vol. I, p. 195; traduções respetivas em REI, António – O Gharb al-Andalus..., pp. 114, 115, 144, 158-159, 167, 177-178 e 182. Sobre o âmbar das costas de Santarém e / ou de Lisboa, v. ainda REI, António – “Santarém e o Vale do Tejo na geogra a árabe”. in Arqueologia Medieval 9 (2005), pp. 61-75, p. 72; e SIDARUS, Adel, e REI, António – “Lisboa e o seu termo, segundo os geógrafos árabes” in Arqueologia Medieval 7 (2001), pp. 37-72, em especial pp. 69-70.

22 ABÛ HÂMID AL-GHARNÂTÎ – Al-Mu’rib ‘an ba’d ‘aja’ib al-Maghrib. Ed. e trad. Ingrid BEJARANO ESCANILLA, Introducción al Mu‘rib ‘an ba‘d ‘ajâ’ib al-Maghrib. Madrid: CSIC-ICMA, 1991, p. 14; AL- -ZUHRÎ – Kitâb al-Ja’ra ya. Ed. cit., pp. 7-312, p. 222; IBN SA‘ÎD – al-Mughrib fî hulâ l-Maghrib- Ed. cit., p. 415; AL-HIMYARÎ – Al-Rawd al-Mi‘târ. Ed. cit., p. 346; DHIKR BILÂD AL-ANDALUS. Ed. cit., pp. 51-53; AL-MAQQARÎ – Na al-Tîb. Ed. cit., p. 164; YÂQÛT – Mu‘ jam al-buldân. Ed. cit., vol. I, p. 164, e vol. III, p. 367; AL-QAZWÎNÎ – Âthâr al-bilâd. Ed. cit., p. 542; ABÛ L-FIDÂ – Taqwîm al-Buldân. Ed. cit., pp. 172-173; AL-QALQASHÂNDÎ – Subh al-A’shâ’. Ed. cit., vol. V, p. 222; traduções respetivas em REI, António – O Gharb al-Andalus..., pp. 127, 141, 157, 166, 170, 179, 186, 194, 199 e 203.

23 AL-MAQQARÎ – Na al-Tîb. Ed. cit., p. 164; tradução em REI, António – O Gharb al-Andalus..., p. 179. Sobre a métrica islâmica e a sua sobrevivência em Portugal, v. REI, António – Pesos e Medidas de origem islâmica em Portugal – Notas para o seu estudo. Évora: Câmara Municipal de Évora / Projecto Chão / Casa da Balança, 1998.

24 AL-HIMYARΖAl-Rawdal-Mi‘târ.Ed.cit.,p.347;trad.emREI,António–OGharbal-Andalus...,p.167.

25 AL-ISTAKHRΖAl-Masâlikwa-l-Mamâlik.Ed.cit.,pp.42-43;traduçãoemREI,António–OGharbal- -Andalus..., p. 114. Resultados preliminares daquele estudo já tinham sido publicados em REI, António – “Santarém e o Vale do Tejo na geogra a árabe”. in Arqueologia Medieval 9 (2005), pp. 61-75.

26 GUERRA, Amílcar – Plínio-o-Velho e a Lusitânia. Lisboa: Colibri, 1995, pp. 38-39.

27 Cf. “Pinípedes”. in Historia Natural. Barcelona: Resomnia Editores / Instituto Gallach, 1984 (trad. Portug., 1988), vol. I, pp. 106-114, em especial pp. 110-111.

28 AL-ISTAKHRÎ – Al-Masâlik wa-l-Mamâlik. Ed. cit., pp. 42-43; AL-MUQADDASÎ – Ahsan al- -Taqâsîm fî ma‘rifat al-aqâlîm. Ed. cit., p. 52; AL-QAZWÎNÎ – Âthâr al-bilâd. Ed. cit., p. 542; traduções respetivas em REI, António – O Gharb al-Andalus al-Aqsâ na Geogra a Árabe..., pp. 114-115, 118-119 e 195. Al-Mansûr, quando regressou da sua expedição a Compostela, em 997, ao despedir-se, em Lamego, dos condes moçárabes do actual norte português, de entre Minho e Mondego, e que o tinham acompanhado na mesma expedição, ofereceu-lhes mantos daquele tipo (v. J. VALLVÉ – “La Industria en al-Andalus”. in Al-Qantara I (1980), pp. 209-241, p. 228).

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