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A mostrar mensagens de dezembro, 2018

O plano para esconder a mãe de Jesus

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A sua figura provocou uma das guerras mais violentas de sempre nos corredores da Igreja Católica. Houve agressões físicas, subornos e excomunhões. Quem quis apagar da História a mulher mais adorada em todo o mundo? E porquê? Desde o início que se tentou ocultar o papel de Maria. Os evangelhos canónicos (os textos aceites pela Igreja Católica) quase não falam dela. O Evangelho Segundo S. Mateus, no qual é mais referida, consagra-lhe apenas 17 versículos, entre 1068. Em todo o Novo Testamento o seu nome é designado uma dezena de vezes - mesmo assim, menos do que, por exemplo, Maria Madalena. E até no Alcorão, o texto sagrado do Islão, Maria surge mais vezes do que nos evangelhos. Parece que, para os seus autores, a mãe de Jesus não era muito importante. Ou será que a Igreja tentou escondê-la por razões misteriosas? SUSANA LÚCIO / SÁBADO Os bispos nunca tinham estado tão divididos. Na véspera da votação, os seminários, conventos e restaurantes à volta

Os muçulmanos que falam a língua de Jesus

O aramaico, a língua que Jesus Cristo falava, está à beira da extinção, mas, no norte da Síria, em povoações devastadas pela guerra civil e que chegaram a estar reféns de grupos terroristas, as cerca de 18.000 pessoas que a falam lutam para a salvar do esquecimento. Velhos e crianças, cristãos e muçulmanos, os habitantes da localidade montanhosa de Maalula, a 50 quilómetros a norte de Damasco, sentem-se orgulhosos por serem dos poucos que sabem exprimir-se na língua de Cristo, e não estão dispostos a permitir que ela se extinga. "Ibla Jatita" é o "olá" com que as pessoas se saúdam, tal como Cristo aos seus apóstolos, nesta aldeia de casas de adobe e ruas estreitas, entalada entre duas montanhas e que parece parada no tempo. "O aramaico é um tesouro e, se aqui o perdermos, vai desaparecer do universo", disse Georget al Jalabi, que trabalha na livraria do antigo mosteiro de São Sérgio e São Baco, em Maalula. O templo católico é um dos p

Como Steve Bannon agita agora os populistas na Europa

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Steve Bannon,  o homem que ajudou Donald Trump a chegar à presidência dos Estados Unidos, mudou-se para Bruxelas, onde faz agora parte de uma fundação criada para difundir as ideias do conservadorismo radical no velho continente. Chama-se "The Movement" e tem como principais funções a elaboração de sondagens, a investigação científica e a assessoria política aos movimentos e partidos de extrema-direita, não esquecendo a formação de quadros. O receio do projeto de Bannon é tão grande entre os representantes da Comissão Europeia que, segundo o jornal britânico Independent, não querem o adiamento do prazo para a saída do Reino Unido da UE  - 29 de março de 2019 - de modo a evitar que os britânicos votem nas europeias e deem mais peso político ao UKIP (atualmente tem 17 eurodeputados). RICARDO CABRAL FERNANDES / SOL As eleições europeias do próximo ano poderão levar a União Europeia para o caminho da democracia «iliberal». Pelo menos é essa a esperança do

A maldição de Santa Engrácia

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 Panteao Nacional em Lisboa A expressão “como as obras de Santa Engrácia” é utilizada, em Portugal, para referir-se a algo que não chegará a acontecer, ou que demorará muito a acontecer, e está ligada à construção do monumental edifício que é hoje o Panteão Nacional. Originalmente, o edifício, que demorou séculos a terminar, acolheria a igreja da Santa Engrácia, e reza uma lenda popular que estaria amaldiçoado por consequência de um amor impossível entre um cristão-novo (descendente de judeus) e uma dozela cujo amor lhe foi negado pela sua família. O facto de ser o primeiro edifício em estilo barroco a ser construído em Portugal e certamente o último, dá à igreja de Santa Engrácia um certo protagonismo, ou não fosse a sua construção uma obra com mais de 350 anos. A igreja foi iniciada no ano de 1568, no local de um antigo templo de meados do séc. XII, por ordem de D. Maria de Portugal, filha de D. Manuel I, para receber o relicário de Santa Engrácia, tendo sido apenas

Nós, os Refugiados - Hannah Arendt

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Somos os primeiros judeus não-religiosos perseguidos – e somos os primeiros que, não apenas in extremis, respondemos com o suicídio. Talvez os filósofos, que ensinam que o suicídio é garantia suprema e melhor da liberdade humana, estejam correctos: não estando livre para criar as nossas vidas ou o mundo em que vivemos, no entanto estamos livres para jogar fora a vida e para deixar o mundo. Os nossos novos amigos, um tanto submergidos por tantas estrelas e homens famosos, compreendiam dificilmente que na base de todas as nossas descrições dos esplendores passados residia uma verdade humana: outrora, erámos alguém de quem as pessoas gostariam, erámos amados pelos nossos amigos e mesmo conhecidos pelos nossos senhorios como alguém que pagava a sua renda regularmente. Outrora, podíamos comprar a nossa comida e andar no metro sem nos dizerem que erámos indesejáveis.  HANNAH ARENDT "Em primeiro lugar, não gostamos de ser chamados “refugiados”. Chamamo-nos uns aos ou

Dos Guzerates e Baneanes de Cambaia

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"Os Guzerates e os Baneanes vêm da terra de Cambaia e frequentemente têm a sua residência em Goa, Diu, Chaul, Cochim e outros lugares da Índia, por razão do comércio e tráfico que fazem muito intensamente, com todas as mercadorias, tais como trigo, tecidos de algodão, anil, arroz, e outros produtos, mas principalmente com todo o género de pedras preciosas, em que são maravilhosamente entendidos. São extremamente subtis e astutos em todas as contas e escritas, não só ultrapassando nisso todos os indianos e nações circundantes, mas também os portugueses, pelo que lhes têm grande vantagem. Entendem-se às maravilhas com todas as mercadorias e são muito manhosos em burlar as pessoas. Também não comem o que tenha vida ou sangue, nem matariam coisa alguma no mundo que tenha vida, por mais pequena ou inútil que fosse, pois acreditam firmemente que todas as coisas têm alma e são seus próximos, segundo a lei de Pitágoras. Cumprem muito rigorosamente este preceito, pelo que muitas vez